Poesia

Não me beije depois de morto

Não me beije depois de morto

Maldita raça humana
Que continua a matar o que a vida lhes dá
Vou deixa-las com seus problemas
Vou zarpar desse sistema
Que vive a nos enganar

Nas grandes cidades a sociedade esperneia
Em imundos aposentos
Como cães sarnentos
Como se estivesse ‘’empulgada’’

Enquanto a gente
Olhando para ocidente
Descansa sobre as folhas
Quão aventurada foi à escolha
De ver durante o dia o sol brilhar
E a noite a frieza do luar

Morri ao som da corredeira
À frente da porteira
Que fechou e ninguém abriu
Do lado de baixo do rio

É Você, minha amada?
Estou aqui em meu retiro
Aceitaria escutar teu suspiro
Mas já não vejo, não sinto, não respiro.
Morri e não quero que retarde
Enterra-me antes que me lembre da tarde
Que há 50 anos te beijei

Ezequiel Ezequiel Autor
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