Poesia

SÍGNO VIVO

SÍGNO VIVO

Cedinho um nevoeiro na fazenda
O Chico preto canta bem longe
A preguiça acorda pulando da cama
Sem perder as lembranças do calor do corpo dela
Que criou um clima de agasalho de lã.
As cobertas descobriram os amantes
O babydol desnecessário forra sua cabeça
E os cabelos loiros estão sensualmente revoltos
A vontade da volta ao ninho é desafiadora
No banheiro o olhar se volta para a cama
A porta entreaberta permite rever o corpo dela
Pensamentos trazem saudades de um amor bem perto
O barbeador toca o rosto de forma mecânica
Num reflexo o medo faz recuar num salto
Incrédulo, volta a pia do banheiro e vê um escorpião quieto
Parece dormir no cansaço da tentativa de fuga
O esforço imprevisto o levou a exaustão
Num instinto, a escova de pentear na mão
Se direciona para o extermínio da ameaça.
Uma voz de sono reclama o “volta pra cama.”
A lembrança do signo da amada freia o impulso
Hoje e o dia do seu aniversário
Estamos em novembro, sob o signo de escorpião.

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Obra registrada no EDA.

João Freitas Filho João Freitas Filho Autor
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