Poesia

PIRACEMA

PIRACEMA

Já é dezembro e o inverno se aproxima,
Peixes aguardam atentos o movimento das águas,
Chove, chove em fartura de boa safra,
Enchem-se as grotas e os riachos,
Começa a longa viagem ao começo do rio.
Machos e fêmeas nadam lado a lado,
Escolhendo seus parceiros potenciais
E marcam o encontro nas nascentes das águas,
Garantindo a reprodução de cada espécie.
E a tarrafa de malha fina na mão fria do pescador
Cerca os nubentes no arrasto da chumbada.
Fêmeas ovadas morrem com a nova geração.
Foi interrompido o ciclo natural da vida,
Num deliberado desafio à lei dos homens,
Num atropelo sem perdão à lei de Deus.

www.camarabrasileira.com
Obra registrada no EDA.

João Freitas Filho João Freitas Filho Autor
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