Poesia

O pranto dos rios



Em águas barrentas
Os dedos das margens deitam-se
Compridos rasteiros

Seu ventre lavando
As casas e ruas virgens
Em prantos profundos

Às vezes um choro
Irrompe em estalidos
De seu próprio seio

É a alma íntima
Curvada com a agonia
De seus pescadores

Então os braços
Suspensos nas pontes gritam:
_Não afoguem os rios!


(Antologia 56.)

Teresa C C de Sousa Teresa C C de Sousa Autor
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