Poesia

Apologia do Insano

O Homem cavalga à beira do precipício
Não é o assombro que lhe move. Nem o início.
Pegadas do pecado, gargalhadas, pranto.
Espanto e revelação: Eis o mito despido de espera.

Um alfinete cravado na testa do infante.
A mortalha secando no aguardo do beijo derradeiro
Da fonte terna ao quedo corredor negro: o ferreiro inquieto a moldar a fronte.

Uma flor mordida pelo talo (um estalo, e não o vício)
É o início de um tempo indeciso, afago incansável.
Sigo impenetrável sobre a Pátria. Em frente o grito.
Antes do mito, o espanto (encanto)
Somos, deveras, uma massa espessa descendo a linha da história.


Lucas Rodrigues Lucas Rodrigues Autor
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