Poesia

Jardim

Do meu corpo de terra flores irão crescer
Margaridas às margens dos pulmões
Pra respirar melhor o branco do banco da praça
Rosas rosadas entre as palmas das mãos bordadas
Pra tocar melhor tua alma com juras remendadas
Trevo-rosa, tintura teimosa
Violetas vingam pelos nós da garganta
Que é pra quando a voz voltar
A articular sem voltas tudo que é pura vontade
Valerianas vitorianas vasculhem
Vitórias-régias ou regências verbais
Para validar meus verbos.
Sobre os girassóis
Não os esquecerei com seus impérios de pássaros de pétalas
Com asinhas tão sensíveis
Quero-os sob o céu dos meus olhos
A sempre viver como sálvias salvadoras, avassaladoras de sempre-vivas
Se estou viva, espero que meu corpo-flor seja
Catavento, carrossel, furta-cor, cataflor.
E na eternidade da luz morna e dourada do dia
Tu me colhes, como em um ciclo de um caracol
Silhueta-flor contra o sol.


Tainá G B Brandes Tainá G B Brandes Autor
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