Poesia

John

John

As janelas dos seus olhos estão abertas, as janela dos seus sentimentos também mas a porta para entrar nesta casa está trancada. Uma casa solitária, as escadas velhas cicatrizadas com tantas passos que a machucava, as cortinas querendo se soltar da parede e voar como pássaros presos em gaiolas, os livros envelhecendo com as paginas tão amareladas como a luz do poste na rua sombria de trás desta casa, não há portas dentro desta casa para que se esconder ? se bonito é estar nu, para que vestir e esconder os sentimentos, não tente esconde-los. O jardim, o jardim de flores desabrochadas, as enormes arvores sendo envelhecidas com o tempo que não para. O sol do dia e a alma das arvores e das flores na grama esverdeada que faz a gente pensar na grama como ela a ser uma confortável cama para descansar e sonhar. A sombra é alma, como poderíamos entender que a alma é a sombra ? por isso há as palavras poéticas pois nem para todos sombra é alma mas para a poesia sim. Os olhos a estar sempre a entender e observar, as palavras a sentir e imaginar, as janelas abertas para deixar o ar do dia entrar, as janelas abertas para de dentro observar lá fora, observar o céu, observar. A vida é como uma casa simples mas na simplicidade sempre há a felicidade, as janelas como os olhos a estar observando o céu a estar ele azul, a estar ele escuro, as ruas, as pessoas felizes, risadas de crianças, vento sussurrando e os pássaros cantando. As janelas abertas como os sentimentos que não há pelo o que se fechar, não há pelo o que esconde-los, estão nus a estar mostrando para o mundo que o mais bonito de sentir e sentir e não esconder os sentimentos, o corpo envelhece assim como os livros lá já amarelados mas os sentimentos nunca envelhecem assim como as palavras dos livros que sempre vai estar trazendo clareza a nossa vida como se os livros fossem a lenha a estar sempre a fazer crescer o fogo de conhecimento em nossas almas. A andar deixa as pernas cansadas mesmo a ajuda de uma bengala, John o de 79 anos se pergunta se as assas dos pássaros cansam igual cansa caminhar quando estamos envelhecendo, John parece desejar ser um pássaro mas prefere ser escritor porque assim como pássaros tem um ninho assim é as palavras que tem ninho em nossos coração, John cria pássaros. Seus passos cansados, os seus dedos que faz nascer as escritas afogadas em palavras bonitas. Os seus passos com os sapatos de camurça caminhando sobre a rua sombria que com a luz amarela do poste faz lembrar os clássicos não deixam de ser tão significativos assim como está rua que não deixa de ser bonita além do mais nem toda arte está pregada nas paredes. A aliança dourada que brilha tanto quanto as estrelas prateadas relembrando dos maravilhosos momentos que dormem na memoria, a vida velha e cicatrizada com tantas saudades que o machucava como as escadas que com tantos passos ficaram rachadas como se fossem cicatrizes com os passos que a machucava na grama que tanto ela adorava deitar dizia ela que a grama era uma confortável cama para descansar e sonhar. O sol do dia e a alma das arvores e das flores na grama esverdeada. John senta na mesa velha de madeira escrevendo os seus pássaros que fazem ninho em nossos corações, ao seu lado há a sombra, para muitos é apenas sombra mas para ele o sol está mostrando que alma da sua mulher vai estar sempre ao seu lado como poderíamos entender que a sombra, é a sombra daquela que iremos amar pela vida toda ? por isso há palavras poéticas pois nem para todos a sombra é isso, a alma dela, mas para os pássaros sim pois estão sempre voando nesse ninho de paraiso que se chama coração.

Guilherme S. Guilherme S. Autor
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