Poesia

Auto-mar

Eu nado num rio de lágrimas mortas
Percebo o singelo e profundo sofrer
Meu corpo cansado se choca com as rochas
A dor que me corta me lembra você
E em flashes eu posso ver felicidade
Momentos que eu nunca mais vou poder ter
E como o Messias que agora é sicário
Nas rochas me apoio e tento me erguer
Em poucos instantes consigo o contrário
O fundo do rio é só o que dá pra ver
Contemplo o rastro do meu sangue escuro
E as cicatrizes que nunca vão ser
O líquido amargo me enche os pulmões
Meus olhos pesados já não podem ver
E o ventre de mim já não tem borboletas
Meu coração não vai mais florescer.

Samuel Samuel Autor
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