Poesia

Só(l)

Quantas noites vazias encarando as manchas no teto
Buscando por um caminho para o sol acima do sol,
Dessa ou de outra maneira, em uma estação qualquer
Até aparecer alguém quando o dia terminar

Se os dias não aconteceram e as noites não existem
Todas as palavras que já foram ditas, se repetem,
Diante do sol que ninguém nunca viu brilhar
E não há razão para que isso um dia acabe

Se o sol se esquece de nascer, mais uma vez nossa vida nos engana
Respirar o mesmo ar é o que me mantém,
Na parte que me cabe no universo infinito, particular seu
Se as noites foram feitas exatamente para dizermos coisas que não pode se dizer no dia seguinte

Maria Sousa Maria Sousa Autor
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