Poesia

Quase Contradições

A verdade que está presa no tempo
O amor que era apenas obsessão
Modificavam-se nos momentos
Em que clareava minha visão

Quantos dias atormentado
Pelas bobagens que inventei
Cometi contra mim tantos pecados
Masoquismo? Eu não sei

Atirado em teorias e indecisões
Muita suspeita, nenhum fundamento
Com esforço suportei duras lições
Que buscaram meu amadurecimento

Euforias e frustrações
Inocentes mas eficazes
Leves brisas e furacões
Cada qual com suas fases

Equivocada noção de tamanho
A ingênua insistência em engrandecer
É que o olhar de um estranho
Era o universo em meu poder

Em meus modestos devaneios
O impossível era meu aliado
Contudo, meus fortes receios
Conseguiam me manter calado

Uma insegurança arrasadora
Por ironia afastava de mim aquela missão
Amar e cuidar da pessoa moradora
Daqueles sonhos que pediam realização

Foi egoísmo, sim, eu sei
Mas de nada me arrependo
Pois no final eu que acabei
Lamentando e sofrendo

Singelos e profundos
Aqueles versos pioneiros
Mas por Deus, não me confundo
Jamais foram verdadeiros

Eu tinha minhas razões
Sinceramente, eu já sabia
Separados corações
Não era amor o que eu sentia

Hoje, tudo mudou
Meu ser e minhas convicções
A poesia é o que restou
Dessas quase contradições

Abril/2016

Samuel Garcia Samuel Garcia Autor
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