Silêncios insistentes ecoam nessa hora
Numa mudez constante e repetida 
E o pássaro de pluma colorida 
Parte da gaiola da vida 
Por que é chegado o tempo de ir embora
Vendavais corroem a escuridão
A escuridão perplexa lá fora
E pasmos e calados, 
Dormem inocentes
Estas pobres criaturas penitentes 
Que não sabem o quanto é perturbador 
O mundo afora
E um jovem, preso a isso tudo
Grita num tom suave e carrancudo 
"Quem te deu tal liberdade coração?"
E chora insistentemente 
A porta aberta, a vida aberta
Chora e mesmo assim
Nunca se liberta
Nunca anima sua pobre lida
Que em cacos percorre repartida
-A vida repetida e a razão-
E chora, mas nenhuma voz
Ao longe lhe responde
Tornando a perguntar, 
Mesmo sem um onde
"Quem te deu tal liberdade coração?"