Nos pensamentos da monotonia
Dor é o sangue que escorre dentro de cada veia. Dor é o Coração que nos torna vivos. Dor é os olhos de alegria quando não existe nada por dentro para ser esvaziado.
Dor é o silêncio de uma cama vazia depois de um dia de trabalho.
Toda manhã eu acordo e pego ônibus pronta para mais um dia. Toda noite, de todo santo dia, eu chego em casa e deito na cama. Todas as madrugadas eu acordo sobressaltada. E toda manhã eu acordo para pegar o ônibus. A vida continua nesse mesmo estado não importa se eu consigo dar a menos um sorriso no trabalho. Todo dia é o mesmo. Toda noite é a mesma. Mas eu continuo acordando para pegar o ônibus.
É uma linha enviesada, onde por mais que tentem apagar com a borracha para consertar, ela sempre fica torta. E o papel por ser fraco, vai começando a ficar desgastado. E o lápis vai quebrando e a borracha vai acabando. No final só lhe resta essa linha, essa linha torta.
Noite e dia. Dia e noite. Meus olhos são profundos. Minhas mãos vermelhas. Meu sorriso sem animação e esse meu coração que anda precisando de perdão... Se a vida me permitisse um tempo para descansar dela mesma, acho que seria o tempo mais feliz até o dia da chegada das sombras e da terra marrom fria.