Poesia

Pedaços

Há muito tempo que fico nessa estrada
Apenas uma certeza de que nada
Conversamos no escuro
Mensagens são trocadas
Ventos são imaturos
Pessoas assustadas
Que vem e passam na rua asfaltada.

Não sei o que faço, sem o seu amor
Estou daquele jeito, mundo da lua
Com a cabeça e seus tormentos
Um vazio, um sacramento
Apesar de tudo, sorrisos agradecidos
Mantenho os pés no chão
A fé na minha mente
E amor no coração.

Olho as horas no relógio
Para me acostuma com o movimento
Suas palavras de mentiras, seus sentimentos
Inexplicável, lembra-me do colégio
O sol bate nas costas
O sol está quente
Irei a sombra fresca
Mas está vazia
Por que o vento é seco
Com o sertão de cada dia.

Vejo as pessoas descendo e subindo
A estrada da vida
Vão para o trabalho
Voltam pra casa
Vão passar, comprar, fazer
O necessário
Fico olhando as estrelas
Pergunto para Deus, as respostas do futuro
Não sei ô Deus, fico em minha casa
Ou parto, dentro do ônibus sem rumo
Promessas, promessas, promessas são ditas
Homens disfarçados que brincam
Com sonhos de meninos que querem
Mudar de vida, fé, determinação, viagem.

Fico deitado na rede
O céu está bem estrelado
O meu corpo meio, carente
Vou parar de fumar
A minha mente
Já não faz mas cigarros imaginários
Como antigamente.

Apaixonei-me
Quando percebi não era tarde
Mas a noite estava estranha
As estrelas não brilhavam
As luzes apagadas
Os gatos não brigavam
Os cachorros não latiam
Os pássaros estavam acordados
Parece que ela está de luto
O que aconteceu?
O presidente está vivo
Não é Dia dos Finados
Talvez, ela está triste,
Não encontra namorados nas praças
O romantismo morreu.

Queria seu corpo sobre o meu
Sentir o seu calor, para aquecer
Esse meu frio
Vejo sua boca sorrindo
Ela diz para a minha sorrir
Mas minha boca só quer te beijar
Amar, amor, parar.
O amor é flor escura e clara
O amor veste o vestido bege de renda florida
O amor é um olhar materno
O amor é canção da natureza
Amar é infantil, gentil, feliz, tem cicatriz.

Meu caminho é paralelo
O caminhão na rodovia
Corações de ferro, marca-passo
Passo o dia querendo entender
Viverei intensamente, olha
A chuva de respostas
Começa a molhar o meu pensamento
Fico no muro de casa? Nuvem estrelas
Penso nos seus beijos
Não tem adjetivos
Por que são desconhecidos
Existem placas de aviso
Correrei a seu sorriso, defeito, beijo, desejo
Lanterna apagada, uma paixão acende, pente
Para meus cabelos cacheados, pedaços.

Netão Ribeiro Netão Ribeiro Autor
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