Poesia

Zeros

Geograficamente sou um zero à esquerda
Me perco nas ruas,me perco no mundo
Meus pontos cardeais trocam de lugar
sempre que a noite chega
E onde o sol nasce morre o dia meu
num ponto eletrônico com o sinal das horas
como uma bússola sempre repetida
Os astros celestes só me orientam a alma
que voa atraída por sextos sentidos
sem deixar pegadas para eu me orientar

Matematicamente sou um zero que vale
Na frente ou atrás aumento ou subtraio
Divisor do mundo que leva ao infinito
transformo partículas em seres gigantes
reduzo gigantes, destruo riquezas
não sou mais nem menos sou eu por inteiro
não sou pró nem sou contra covarde jamais
sou a sobra de tudo o contrário da soma
dialética dos números sou a contradição
entre a morte e a vida sou o zero do chão

Ideologicamente sou à esquerda do zero
Prestando atenção no homem
que existe antes da vírgula
que vive em cima da terra
asteróide da vida em vias de virar zero
podendo sair do mapa, zerando todos os caos
O homem antes da vírgula
às vezes por trás dos óculos
à noite contando estrelas, de dia contando prata
no remo enfrentando o mar, domando todas as fúrias
conduzindo a natureza, descobrindo o universo
criador e criatura que criou toda ciência
dono da sua vontade
deus de todos os desejos
senhor de todos os números
meu irmão,meu camarada






Pedro L R Pereira Pedro L R Pereira Autor
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