Poesia

Papel Carbono

Papel Carbono

Nas telas rasgadas,
o unicórnio desenhado era matéria de sonho
pincelado de esperança.
E na fantasia que parecia tão real,
se foi somente de minhas mãos.

Agora, existe em lembranças
de um tempo que era preciso
amar para não morrer de dor.

As mãos que falham
muitas vezes conseguem
elaborar um rascunho, onde não
existe cor.
E no papel carbono dou
vida a seus movimentos de fuga...
Doce caos das ilhas em papéis manchados
e rasurados- são imensamente preciosos...

Ligando os pontos do céu, a liberdade das
asas comove.
Nas flores do amanhecer que outrora
encantadas carregam em si primaveras
de sentimentos puros.
Sonhos estelares...

Nas plumas do amanhecer há sempre
sorrisos amanhecidos- tranquilos e bocejados.
Pintados de alegria em pó de astros...

O ser lindo e mágico me mostrou
que é necessário se encantar sempre
num mundo permeado de delicadeza
e sobretudo, amor.

Alado, sabia que podia voar e assim o fez.
Porque alado como ele é o sonho...

Corações costurados buscam luz
para unir feridas queimadas a fogo,
cortadas a aço..

O que resta de um partido quando
se divide em infinitos pedaços?



(Ilustração: Vanize Lemos)

Vanize Lemos Vanize Lemos Autor
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