Centelhos são minha alma.
A vivência enferruja.
Pensamentos pelo avesso.
Triste anseio que me debulha.
Anestesio-me com madrugadas,
um silêncio de afetaminas.
Melodramas não valhem nada,
fiz um brinde com minha sina.
Mas queria tanto ser feliz,
alimentar-me de algum amor.
Mas do sofrimento sou aprendiz,
entregue aos braços deste rancor.
Por mais que escale
sempre despenco.
Olhos de panda já fazem tempo.
Um poço que sempre mais fundo,
de vez afoga-me neste tormento.