Poesia

Desilusão

Desilusão

Inicia-se uma história sem roteiro.
Pensamento na estrada,
saiu de casa
sem plano certeiro.

Na cidade dos sonhos,
sem rumo.
A coragem transcorre
o desespero e o anseio
do mochileiro sem freio.

Abre-se um portal,
lindo, perfeito, genial.
Onírico,
espaço-circo-circunstancial.
Sente: é a felicidade,
cor-de-rosa,
doce, experimental.

Efeito supremo,
multicolorido e coisa e tal.
Mergulhado em si,
em um fantástico limbo surreal.

No Planeta Estrela,
corpo-alvo vagueia
sem medo da crítica alheia
a sua insanidade incondicional.
Sentia-se livre, afinal.

Marginal.
É época de carnaval.
Fantasias no asfalto.
Múltiplas expressões e reações.
Relações e intervenções
do teatro psico-social.

Passageiro,
viajante.
Explorador,
ambulante.
Mirabolante.

Legal!

Incrível,
magnífico,
extraordinário
pular do precipício.

Entre ruas e aventuras,
o sabor da ventura.
Festa aberta,
popular.
Som dançante,
é só chegá.
Uma bira,
Uma cilada,
Uma zica,
Uma risada.
É uma salada mista
temperada.

Amores e amigos,
beijos dos meninos.
Momentos de calor
desperta o intenso
amor avassalador.
Floresce o lado sentimental
do ser humano pleno animal.

Anormal,
bastou um insight
para voltar tudo ao normal.

Vish!

Loucura,
confusão mental.
Sozinho,
paranóico,
crise existencial.
Apático,
acorda ofegante
de um pesadelo gritante,
visceral.

Energia forte,
um pequeno corte,
foi como um choque universal.
Inferno astral.

Mal,
engole sal
pelos olhos.
Morto,
cai em desgosto,
aterrado ao poço fundo,
plano, habitual:
mundo real.

Eis o espaço que circunda o mau
no dia-a-dia atual.
Verdade fatal.
Por trás do paraíso,
vida real.

Ramiro Rodrigues Ramiro Rodrigues Autor
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