Poesia

Soneto da Lealdade


Meu corpo mostra sinais de escapar
de vestidos justos e distraídos.
Provoco, e me desnudam ao tragar.
Salivam a cada olhar devolvido.

Falo; faço minha voz ecoar.
Passo; deixo minha mão deslizar
e o aroma acre. Usurpo os pobres sentidos.
Seqüestro em meu jeito as várias libidos.

E sigo de toda forma a me dar
e me guardar em meu candor antigo.
Vivo ao avesso para preservar

tua mulher dos sórdidos perigos.
Meu gênio o espera para recobrar
a serva casta, deste triste abrigo.

fabio m filgueiras fabio m filgueiras Autor
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