Poesia

Suicídio Moralista

Com lágrimas de uma puta me banhei
Por um sinal qualquer esperei
Com vinhos caros e baratos me embebedei

Com carícias de outros homens obtive meu deleite
Não esperava pela traição daquele a quem amava
Que se entregou
Por algumas moedas de ouro e prata

Como um ditador citando suas regras
Através escrituras de um antigo livro
Que repudiava práticas com quais eu simpatizava
Encontrei minhas brechas para a escapatória que precisava
Esse mundo para mim nada significava

Por terceiros me fiz meu sacrifício
Ao menos essa foi a Estória contada
Em meu suicídio moralista me entreguei
Minha escapatória tão esperada
De meu pai fiz herói
De um suicida me tornei príncipe
E meu pai o eterno rei.

Regiane Martins Nonato
2017

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