Poesia

MENINO DE CAMPESTRE

Lembro-me dos tempos de menino
Da vida Campestre que eu levava
Um garoto atento e traquino
E que por isso sempre apanhava.

Vejo-me correndo pelos pedregulhos
Caçando passarinho de baladeira
No rio dando uns mergulhos
Pescar de anzol era brincadeira.

Refresco minhas lembranças no açude
E ali perto o campo de futebol
Onde eu corria mostrando saúde
Fizesse chuva ou fizesse Sol.

Revejo a roça para capinar
O cheiro gostoso da melancia
O feijão verde para apanhar
A maxixada que eu comia.

Sinto o gosto da boa coalhada
Do leite puro e do queijo
O rosto da primeira namorada
E o estranho primeiro beijo.

Ando pela casa onde nasci
Deito na rede que eu dormia
Caju e sirigueira que comi
As árvores em que eu sobia.

Reencontro os amigos que lá deixei
E meus parentes que lá ficaram
Pessoas de que muito gostei
Pessoas que tanto de mim gostaram.

Pareço estar em outra localidade
Mas ainda estou por aqui
É que sinto muita saudade
Antes mesmo de Campestre sair.

Antonio José Sales Antonio José Sales Autor
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